O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) elevou a previsão de investimentos no setor mineral do Brasil em cinco anos para 32,5 bilhões de dólares entre 2020 e 2024, contra 27,5 bilhões estimados para o período anterior, de 2019 a 2023. Um aumento de mais de 18% nos investimentos em mineração no período.
Desse montante, US$ 2,3 bilhões deverão ser direcionados para a segurança de barragens de rejeito, descomissionamento e descaracterização.
O instituto apresentou os números do setor para a imprensa na última semana durante entrevista coletiva do presidente do Conselho Diretor, Wilson Brumer, e do presidente executivo, Flávio Penido. “Isso demonstra forte recuperação do setor e perspectivas de aumento de investimentos“, afirmou Penido, que também destacou boas perspectivas para a exploração mineral no país.
Segundo ele, a pesquisa mineral dará um salto a partir de 2020, revertendo a tendência de queda observada nos anos anteriores. Isso, segundo ele, deve-se principalmente as políticas adotadas pela Agência Nacional de Mineração (ANM) nesse ano, que visam expandir a atividade minerária e a aprovação automática de requerimentos de pesquisa, caso o órgão não conceda uma resposta em 120 dias.
“Essa norma da ANM não só vai acelerar os processos de liberação de pesquisas, mas aponta que a agência está procurando ter seus processos digitalizados e com prazos. Antigamente, no DNPM (órgão extinto com a criação da ANM) tínhamos dificuldade em conseguir rapidez nos projetos de mineração”, afirmou Flávio Penido, presidente do Ibram.
Esse é um fator condicionante para atrair novos investimentos e impulsionar o segmento de pesquisas geológicas, onde atuam muitas pequenas empresas. De acordo com os dados apresentados, nos últimos anos o número de requerimentos de pesquisa protocolizados e alvarás de pesquisa liberados vem caindo.
No caso dos requerimentos de pesquisa, o total caiu de 18.505, em 2016, para 10.674 no ano passado. Quanto aos alvarás, houve uma redução de 9.569 em 2017 para 7.210 em 2019. Em contrapartida, as concessões de lavra aumentaram de 206, em 2017, para 497 em 2019.
O Instituto também apresentou dados sobre o valor da produção mineral em 2019, das exportações minerais e da balança comercial, apontando que o faturamento do setor cresceu 39,2% no ano passado em comparação com 2018, somando R$ 153,4 bilhões, contra R$ 110,2 bilhões em 2018. Em dólar, o crescimento foi de 29,3%, somando US$ 38,9 bilhões em 2019 contra US$ 30,1 bilhões no ano anterior.
O principal responsável pela alta foi o minério de ferro que, embora tenha registrado menor produção física, obteve uma melhora na média de preços de exportação. O preço médio da tonelada em 2019, segundo o Ibram, ficou em US$ 93,00 em comparação com os US$ 69,00 de 2018. Já o saldo da balança comercial mineral teve um aumento de 12,96%, somando US$ 24,26 bilhões, o que equivale a 52% do saldo da balança comercial brasileira. Em 2018, o saldo mineral havia sido de US$ 21,47 bilhões, equivalendo a 36,6% do saldo brasileiro.
Confira abaixo os principais dados dos últimos anos comparados as atuais previsões realizadas pelo IBRAM:
» Exportações da mineração brasileira
2018 – 409 milhões de toneladas e receita de US$ 30 bilhões
2019 – 359 milhões de toneladas e receita de US$ 32,5 bilhões
» Quanto subiu a receita em 2019
Ferro 9,73%
Ouro 27,73%
Ferronióbio 12,9%
Manganês 18,92%
Cobre 14,64%
» Investimentos no setor (previsão)
2018 a 2022 – US$ 19,5 bilhões
2019 a 2023 – US$ 27,5 bilhões
2020 a 2024 – US$ 32,5 bilhões
Fontes: IBRAM/ Brasil Mineral
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